No universo da Inteligência Artificial (IA) generativa, saber se comunicar de maneira eficiente com os modelos de linguagem grandes (LLMs) como ChatGPT, Claude e outros, tornou-se uma habilidade essencial para profissionais de marketing. Na última edição do programa “Terça A.I”, os especialistas Ricardo Marsili e Ricardo Moraes discutiram como os prompts (comandos dados às IAs) estão se tornando o novo briefing do mundo digital.
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Confira abaixo a live completa do “Terça A.I” sobre este tema. Vale a pena assistir
Por que o prompt é o novo briefing?
Assim como um bom briefing é fundamental para orientar uma agência de marketing ou um profissional criativo, um bom prompt é crucial para obter resultados de qualidade das ferramentas de IA. Ricardo Moraes destacou na live que 95% das pessoas não sabem escrever um briefing adequado, e o mesmo está acontecendo com os prompts.
“Se você acha que prompt é sua frase que você digita hoje no chat, você está perdendo a parte mais estratégica do uso da IA generativa.”
O grande diferencial está na estruturação adequada. Prompts preguiçosos e genéricos produzem resultados igualmente genéricos e pouco úteis. Como destacado na live, “quanto mais preguiçoso for o seu prompt, o seu briefing, assim como é na vida real… um humano escreveria melhor e obviamente uma IA vai escrever melhor.”
Tipos de estruturas de prompts
Durante a live, Ricardo Moraes apresentou três principais estruturas de prompts que podem ser utilizadas:
1. One-Shot
É o prompt direto, onde você escreve um comando simples esperando uma resposta imediata. Exemplos incluem:
- “Traduza este texto para o inglês”
- “Transcreva o texto desta imagem”
- “Resuma este artigo”
Este tipo é recomendado para tarefas simples e objetivas.
2. Few-Shot
Nesta estrutura, você fornece exemplos do tipo de resposta que espera receber. É como criar templates ou frameworks para a IA seguir. Um exemplo seria fornecer modelos de e-mails anteriores para que a IA entenda o padrão que você deseja replicar.
3. Chain of Thought (Cadeia de Pensamento)
Este método utiliza as respostas anteriores do sistema para alimentar os prompts seguintes, criando uma corrente de interações que vai refinando o resultado. É especialmente útil para projetos complexos que precisam ser divididos em partes menores.
Como estruturar um prompt eficiente
A estrutura básica de um prompt eficiente, conforme compartilhado na live, consiste em:
- Papel/Função: Definir qual papel a IA deve assumir (consultor de marketing, especialista em SEO, etc.)
- Objetivo: Esclarecer o que você deseja obter
- Contexto: Fornecer informações relevantes sobre você, sua empresa ou o projeto
- Instruções detalhadas: Fornecer parâmetros específicos
- Formato de saída: Especificar como você quer receber a resposta
- Exemplos: Quando aplicável, fornecer modelos do que você espera receber
- Instruções finais: Solicitar que a IA faça perguntas para clarificar pontos obscuros
Um exemplo citado na live foi:
- Papel: “Você é um especialista em inteligência artificial com profundo conhecimento em marketing digital”
- Missão: “Escrever um post de LinkedIn claro e instigante que posicione o autor como referência, com até 1300 caracteres”
- Tom: “Profissional mas acessível”
- Estrutura: “Comece com um gancho, desenvolva o corpo, finalize com provocação”
- Formato: “Texto corrido, sem hashtags nem emojis nem travessão”
Dicas práticas para criar melhores prompts
Durante a conversa, os especialistas compartilharam algumas dicas valiosas:
- Menos é mais: Prompts muito longos podem confundir a IA. Use menos tokens para resultados mais precisos.
- Seja específico: Quanto mais detalhado for o contexto e o objetivo, melhores serão os resultados.
- Divida tarefas complexas: Para projetos extensos, divida em múltiplos prompts menores e mais focados.
- Interaja e refine: Use a resposta da IA para refinar suas solicitações seguintes.
- Inclua limitações: Especifique restrições claras (número de palavras, tom, formato) para evitar resultados genéricos.
Metaprompts: O futuro dos prompts?
Um conceito interessante mencionado durante a live foi o de “metaprompts” ou “inception de prompts”. Trata-se de usar a IA para criar prompts melhores:
- Crie um prompt pedindo à IA para gerar um prompt sobre o tema desejado
- Revise o prompt gerado pela IA
- Use esse prompt refinado em uma nova conversa para obter o resultado final
Alguns participantes da live reportaram resultados excelentes com esta técnica, especialmente para criação de imagens e sequências de e-mails.
Outra estratégia avançada mencionada foi a “competição entre IAs”: usar o resultado de um modelo de IA como input para outro, pedindo que melhore o resultado anterior.
Conclusão
O domínio da engenharia de prompts está se tornando uma habilidade fundamental para profissionais de marketing e comunicação. Como destacado na live, a IA não substituirá os profissionais, mas transformará suas funções – de executores de tarefas repetitivas para estrategistas que sabem direcionar as ferramentas tecnológicas.
Como resumido por Ricardo Moraes: “A ideia aqui é usar a inteligência artificial de forma inteligente.”
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